quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Super-Heróis de Giz

            “A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração. Sorrir às pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam. Calar-me para ouvir, aprender com meus erros, afinal, eu posso ser sempre melhor! Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar, a abrir minhas janelas para o amor. E não temer o futuro, a lutar contra as injustiças.Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.” (Charles Chaplin)

            Não, a vida nem sempre é como esperávamos. Às vezes, quem sabe, pensamos em alguma coisa vazia e cética, quando, na verdade, ela está cercada de pessoas maravilhosas ao seu jeito: vocês, meus professores.
            A educação é mesmo um espetáculo!  Tantas atrações contagiantes, cada uma a sua maneira. Cada letra elaborada cuidadosamente, e exercida com maestria peculiar. Sem vocês, o show da vida não faria sentido. Por isso, escrevo este singelo ‘muito obrigada!’ em nome de todos os alunos que, assim como eu, valorizam um alicerce firme e forte.
            Já passei na vida de muitos aqui presentes, com outros ainda conviverei.  Aos que por mim passaram, quero que saibam que, em hipótese alguma, esquecer-me-ei de vocês. Alguns me conhecem de outros carnavais, outras primaveras, invernos... À esses, provo, a cada ano, que continuo a mesma que era há 12 anos atrás, quando dei meus primeiros passos aqui neste solo. Solo fértil a quem bem cultiva. Assim deve ser. Cultivei aqui meu futuro. Reguei-o, vocês o iluminaram com a mais bela luz.
            Por muitos caminhos já andei, com meus passos miúdos e inseguros, cambaleando, à deriva do mundo adulto. Um dia chegarei lá. E, quando acontecer, lembrar-me-ei de cada um de vocês. De cada sementinha plantada em minha personalidade para, no fim, construir-se quem sou hoje. Devo a vocês.
            Pensei em seguir o caminho do magistério, a fim de agradecer por tudo o que fizeram por mim. Tantas homenagens, demonstrações de carinho... Tudo isso é real. Abri meu coração, saíram todas estas letrinhas, encaixando-se rapidamente e consolidando estes parágrafos. Entretanto, tudo isso foi necessário, afinal, não me contentaria apenas com um ‘Obrigada!’, para manifestar tudo o que representam para mim. Feliz dia dos professores, meus super-heróis!

sábado, 3 de setembro de 2011

Para Juliana Izabeli Bulhões

Juliana,
Hoje, ao acordar, provavelmente recebeu flores, café da manhã na cama, muitos abraços e beijos de quem te cerca. Marido e filho festejando mais um ano de vida. Mais um. Agora são trinta e cinco anos de Juliana; a de palavras, a de amor; a de estresse. Todos os componentes desta 'figura' estão interligados há mais de trinta anos. Não quero desejar-lhe o se sempre, o estereótipo; mas gostaria de agradecer-lhe por ser esta mulher que você é. Que esta estrutura permaneça intacta por mais trinta e cinco anos, e depois mais trinta e cinco... Deus há de continuar te abençoando, dando-te saúde e, acima de tudo, paciência. Te amo Ju ♥ Feliz Aniversário!!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fera Ferida

Uns dizem que o mundo gira
em torno de seu próprio consciente.
O inconsciente fica estático. Cético.
Esperando o momento no qual ele entra em cena
para estragar primeiro e segundo ato
do aterrorizante teatro da vida.

Sigo vendo feras e feridas por todo canto,
invertidas e zonzas. Feras zonzas? Feridas zonzas?
Vai ver, zonza estou eu.
Medonho é ver pessoas andando,
locomovendo-se sem culpa
de deixarem-me atordoada.

Feridas abertas,
feras amordaçadas.
Tome cuidado!
Eu, fera ferida,
degustarei cada parte de tua carne.
Cada parte da tua alma,
para que no fim de tudo, pois,
sobre apenas o perdão e o arrependimento.
Dentro de ti. De mim, saem apenas feridas
expostas à Sol quente, borbulhando
e debulhando-se em lágrimas
de um remorso estridente.

Fera ferida que sou,
que fiz-me e fazer-me-ei eternamente.
O luto em minha pele reinará para sempre,
as marcas e cicatrizes
serão prova de quão feroz fera fui.
E quantas feridas fúteis e úteis aparecerão ainda.
Sou eu, ferida feroz e fera ferida.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Poetisa aprendiz

Sou aprendiz ainda
nesse mundo da poesia.
Não sei rimar nem nada,
mas tenho assunto em demasia.

A poesia mais parece um rap, 
só que mais sentimental.
Nem sei qual vocabulário se usa,
a não ser o digital.

Tenho muito medo,
de me tornar uma 'Maria-Ninguém',
atordoada pelo vício
do ratinho que vai e vem.

Um dia todos se orgulharão
da poetisa de terão.
Expressará as angústias do povo
Num amor de dar gosto.

Tenho um pouco de vergonha
de me expôr assim,
mostrando pata todo mundo
o pavão que mora dentro de mim.

Esse pavão é feito de pássaros.
Ou melhor: pequenos palássaros
a alçar voo naquela direção.
sinto todas as palavras,
sem nenhuma abreviação.

Papai e mamãe acreditam em meu futuro,
apoiam-me sempre, dizem que 'está bom'.
Não quero que esteja apenas bom.
Quero que tudo soe
como as notas de um acordeom.

A cada dia que passa,
minha sede pelas palavras aumenta.
O eu lírico me acorrenta
e meu coraçãozinho descompassa.

O eu lírico sou eu
na maioria das vezes.
Tentando alcançar a glória,
como faz Marco de Menezes.

domingo, 24 de julho de 2011

Caos Espiritual, Psicológico e Estético.

    O mundo me assusta. Não diria isso se vivêssemos no século passado. Hoje estamos, a todo momento, apressados, querendo passar uns por cima dos outros. E que se dane o resto. O resto é como se fosse uma legião de subalternos fúteis desejando aderir às modernidades criadas por um intelectual qualquer que veio a ter seu nome publicado em um jornal renomado. Tudo isso me soa tão caótico. É uma desordem e confusão generalizada, o mundo de hoje. Viramos tudo de ponta a cabeça, sem nos importar com a paz de espírito. Nosso cérebro não dura eternamente. Nada é eterno.
    As pessoas do século XXI voltam sua atenção à tudo aquilo que vai lhes gerar atenção pública e mundial futuramente. A terceira pessoa foi empregada, não para me excluir da população-máquina, não. A questão é: é mais prazeroso falar das pessoas, como se você não fizesse parte da massa.
    Olho ao meu redor e me sinto uma estranha, rodopiando assustadoramente por entre tantos acontecimentos apocalípticos e sobrenaturais: anomalias, clones, doenças sem cura, novas drogas, espécies animais jamais vistas pelo homem. É só o começo. Conflito entre povos, ciência versos religião - disputa milenar - tudo envolvendo notas verdes. Verdes no sentido financeiro da palavra. Não no sentido no qual o planeta implora para ser usado: sustentabilidade. Não cabe a mim responder à pergunta que não quer calar: Ainda há tempo para construir um lugar agradabilíssimo para ambos, humano e natureza? Posso dizer apenas que, se o homem consegue produzir um celular que particamente telefona sozinho, ele é capaz também de colocar a mão na massa e atender ao bem comum. Recurso é o que não falta. Bem, não costumava faltar.
    A figura feminina está, finalmente, ganhando seu espaço no mercado de trabalho. Passou a existir jornada dupla, tripla. Portanto, cuidar-se virou rotina: esteticista às 14:00; salão de beleza marcado às 15:30 para fazer as unhas; buscar o filho na escola às 17:00 e , por fim, retornar ao lar e encontrar tudo bagunçado. E vão elas arrumar toda a casa, até que o marido chegue e faça o jantar. Quando essa função não cabe a ela. Depois de um prato congelado, desses comprados em supermercados, uma briga cotidiana: as contas que estão atrasadas, a sogra que inferniza a vida conjugal, e 'blá blá blá'.
    Não há mais tempo para Deus, para a poesia ou para a tranquilidade. Tudo muito corrido. Sei que comigo não será diferente. Quem sabe, no futuro, alguém inventa um Senhor virtual, disponível para download, e que possa ser espremido em um aparelho eletrônico, entre músicas barulhentas e insanas, planilhas e relatórios mensais. Amém.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Senhora Eternidade


A eternidade nos espera.
Vamos, não perca tempo.
A eternidade acreditou em mim.
Seremos, para sempre, apenas nós dois.
Somos sujos, podres e fora da lei.
Nada mais me importa.
Construí um aconchego dentro de ti
Para onde me refugio,
Prestes a viver tempos de glória.
Vamos. A eternidade nos confiou
Um destino lindo e terno. Eterno.
Mãos atadas não podem voltar atrás
Do que se foi. Estão atadas.
Sei que somos errados. Errantes.
Segure minha mão
E esqueça-se de tudo. Tudo.
A eternidade entenderá
Tudo o que fizemos.
Ser terno, qualquer um consegue.
No entanto, ser eterno não é para qualquer um, meu caro.
Mas nós conseguimos.
Vamos. Meu querer está indócil.
Precisamos da eternidade.
Com licença, senhora eternidade:
Eu e minha poesia caquética queremos entrar.

terça-feira, 28 de junho de 2011

R de Magistério

Olá. Existo há mais de meio século. Há 61 anos, para ser mais precisa. Sou forte, firme e maciça; luto pelo que quero, e acabo conseguindo. E ai de quem vier me confrontar. Vem...
Sou mulher vívida e vivida. Sou cheia daquilo que chamam de ‘caretice da 3ª idade’. Sou da 1ª e única idade: a de viver. Tenho plena consciência de que minha vida está chegando ao fim. E, quando eu partir, não quero todas aquelas aclamações à minha alma, que repousará num sono sublime e eterno na terra dos anjos.
Dizem que sou anjo. Vai ver sou. Nunca fiz nada pela nação; nem nunca vou fazer. E quero morrer assim: ajudando quem precisa passar de ano, no vestibular e vencer na vida. Ser alguém, sabe? Meus ajudados agradecem-me por tudo o que fiz. Mas, o que eu fiz?
O que, afinal, eu fiz de tão espetacular para estes adolescentes perdidos na geração globalizada, onde os obrigam a reverenciar um produto que, provavelmente, causará câncer amanhã? Apenas alertei-os, pedi para que deixassem de ser seres alienados e tão iludidos pelo capitalismo.
Eu grito mesmo. Digo o que penso, sem medo das consequências. Bato o pé, me estresso, mas não consigo ficar com as palavras entaladas na minha garganta, engolindo-as sempre, deixando pra lá. Há sempre pessoas nas quais lutam pelos mesmos ideais que eu. Quero ver quem é que vai lá e estufa o peito para se expressar. Eu vou. Apenas eu.
O mais engraçado é que, por mais que eu seja brigona, todos à minha volta me amam: família, amigos, professores, alunos. Todos veem em mim uma heroína. Não a heroína droga, mas a heroína que luta por uma nação. Pela nação? Não diria, não.  Acho que não chega a tanto.
Vergonha na cara. É isso que falta nos estudantes do século XXI. Como é que pode, há 20 anos o aluno ter de levantar de sua carteira para receber seu professor na sala de aula, e hoje o professor ter de implorar ao aluno, para que ele possa dar sua aula? É indignante. Mas, meu Deus do Céu, por que nada se faz com o aluno que ofende sua mãe na sua frente, para todo mundo ouvir? Sou muito mais velha que ele, exijo respeito máximo comigo e, principalmente, com minha família, que não tem nada a ver com a vida escolar de tal educando.
Estou passando por um momento muito especial e reflexivo em minha vida. Não tenho medo da morte. Encaro a morte como uma recompensa de todo meu esforço ainda em vida. Por isso é muito relativa; cada pessoa tem a morte que merece. Uns morrem de forma cruel, mas mereceram. Outros morrem dormindo. Estes viveram um longo acalanto. Seja como for, estarei bem, descansando ao lado de quem mais me ensinou durante estas – quase - sete décadas. Seja como for, sentir-me-ei como se estivesse em beira de praia, sentindo a brisa fina que acaricia meu rosto e canta a mais bela canção de ninar em meus ouvidos: “vá com Deus”. Eu sou Rosa, professora e mulher.

sábado, 11 de junho de 2011

Milena Simões Underline nas redes sociais!

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* O canal do youtube é pobre, mas quem quiser se inscrever, eu agradeço!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Só não me mate.

     Mate-me de amor, mate-me de beijos, mate-me de carinhos e abraços. Só não me mate.
     Preciso arrumar um jeito de escapar dessa ilusão. Estou morrendo. Preciso URGENTEMENTE cortar, de uma vez por todas, o fio vermelho que (ainda) me mantem presa a você. Eu te amo. Amo como nunca amei ninguém. Eu te quero. Quero-te como nunca quis ninguém. Vamos logo desatar esses nós afetivos que me enforcam e me sufocam, a cada dia mais. Só penso em você.
     Por mais confuso e estranho que seja, eu me apaixonei por algo proibido. Engoli, sem mastigar, a maçã proibida. Fui seduzida pela serpente do amor - ou seria da ilusão? - e agora estou de mãos atadas; insegura e em desequilíbrio.
     Ensina-me a te amar de uma forma menos intensa. Só não me mate. A verdade é que eu não consigo mais viver sem você. Sem os teus carinhos, os teus maus tratos.
     Os meus anseios e mágoas se amarfanham caoticamente em meu coração, deixando-o completamente em pane. Só não me mate. Se, fortuitamente, eu vier, pois, a padecer, que seja em teus braços. Os mesmos que nunca toquei.
     E no fim, paro e penso: Vale a pena ? Valendo ou não, te peço: não me mate.

domingo, 15 de maio de 2011

Recordações escuras.



A cada lágrima escorrida
Tenho uma lembrança.
Veio à cabeça a escola amada
Que me maltratou quando criança.
Mas Deus me deu poder
E me ajudou a vencer.

Lembrei-me agora
De um colega que tive
Era o que ele dizia ser.
Que me batia em qualquer hora
E me fazia sofrer.
Hoje me pergunto: como ele deve viver?

Sempre me pego perguntando
O porquê de fazerem isso.
Formam um exército,
Andam em bando.
Apenas para nos destruir
E continuar nos afogando.

Sonhava com uma vida diferente
Enturmando-me com os outros.
Mas se Ele assim quis,
Tive de me contentar.
Mesmo que minha felicidade
Estivesse por um triz.



Bullying é seu nome.
Só não tem identidade.
Não sabemos se é mulher ou homem,
Nem qual é a sua idade.
Só sei que já passou da hora
De isso ir embora.


Estou tentando esquecer
Todo o mal que me fizeram.
Cuspiram no meu orgulho
Humilharam-me a troco de nada.
Meu coração agora está
Como o pavio de uma granada.


Consegui me reerguer
Para as barreiras superar.
A cada nível da vida
A dificuldade tem de aumentar.
Por isso não me deixei abalar
Vendo me obrigado às lágrimas segurar.


Oro todo o tempo
Para que criem um novo invento.
Que possa revolucionar a humanidade
Escondendo todo o lamento
E destacando a humildade.
Espero que assim seja.


sábado, 7 de maio de 2011

Resenha Crítica do filme "Preciosa"

*Antes de qualquer coisa, gostaria de deixar claro que Resenha Crítica não é uma sinopse. Nome auto-explicativo.* 


A vida é PRECIOSA.
“A vida é dura. A vida é curta. A vida é dolorosa. A vida é rica. A vida é Preciosa.”

Preciosa – uma história de esperança é uma obra baseada no livro Push (1996), de Saphiffe, e já reúne 4 prêmios e 58 indicações pelo mundo.
Lee Daniels conta com a nobre participação de Oprah Winfrey, que divulgou todo esse espetáculo e ainda ganhou a posição de Produtora Executiva.
Claireece Preciosa Jones (Gabourney Sidibe) é uma adolescente difícil. Com seus apenas 16 anos, foi abusada sexualmente pelo pai, e com ele teve dois filhos. Vale lembrar que um deles era portador da Síndrome de Down.
Negra, obesa e soro-positiva, Preciosa precisava se reconstruir. Não foi um caminho fácil, é claro.
Como nada na vida é impossível, Lee conseguiu perfeitamente colidir a realidade com a ficção, usando metáforas difíceis de desvendar: o ovo fritando, representando a vida sendo destruída, a água jorrando incessantemente da torneira, mostrando mais uma vida que se vai, desperdiçada.
A escada nos faz enxergar quem “está por cima”. Sua mãe passava a maior parte do tempo no andar de baixo, assistindo televisão. Já sua filha, preferia ficar em seu quarto, situado no segundo andar. Ou seja: A mãe dependia de Claireece para tudo, conseguir dinheiro, manter a moradia, a custódia de “Mongo” e Abdul e até para fazer comida.
O cenário principal de todas as amarguras cotidianas de Claireece foi a sala de sua casa – não podemos, em nenhum momento, chamar de lar -, um ambiente escuro, cativando-nos a impressão de sujeira e maus tratos.
Em vários momentos do filme, a adolescente imagina-se cercada de glamour, fãs e um namorado. Isso acontecia quando demonstrava fragilidade ou era caçoada. Era como uma gangorra. Preciosa fantasiava sua vida assim para que pudesse levantar e continuar esperançosa. Todos esses elementos, inanimados ou não, foram brilhantemente preparados pelo diretor.
O figurino também foi uma peça importantíssima na construção desta masmorra de sonhos trancados. A mãe, interpretada por Mo’nique, era maltrapilha, usava roupas largas e perucas. Além de ser fumante, o que piora ainda mais a imagem de mãe e avó.
Um ponto que chama a atenção é o vocabulário. A comunicação entre mãe e filha é feita de palavrões e expressões chulas. Concordância verbal nota zero nesse quesito. Era de se esperar...
A figura paterna é inibida na única – e uma das mais fortes – cena em que o pai (?) da adolescente aparece. Esta é a intenção. Fazer com que esse homem seja apagado da história, por ser tão covarde.
A última cena do longa é, de longe, uma das partes mais emocionantes: Preciosa caminha com seus filhos, rumo à felicidade. No caminho, entrega um lenço de cor vermelha, que carregava no pulso, como se fosse um símbolo de prisioneira, a uma menina que, assim como ela, sofria abusos. Preciosa estava livre.