sábado, 7 de maio de 2011

Treze anjos e um demônio

     "Psicopata e vítima de Bullying mata 13 no Rio de Janeiro."

     A tragédia que chocou o Brasil e o mundo na manhã de 7 de abril de 2011 estava estampada na capa dos jornais e em páginas da internet. Até quando ?
     Até quando teremos que apertar nossos corações já fartos de tanta violência ? Até quando seremos obrigados a, ao chegar em casa, depois de um cansativo dia de trabalho, comover-nos com a dor de mães que perdem seus filhos, seus pequenos pássaros ainda sem penas suficientes para voar ?
     Uma criatura, ao tirar a vida de crianças, que tampouco tiveram alguma coisa a ver com suas desavenças pessoais do passado, com certeza ainda é atormentado pelas vozes do pretérito.
     Frio, indiferente e com palavras confusas, Wellington se justifica: "Muito já morreram, assim como eu morrerei, pelos injustiçados, ridicularizados." Sustendado por uma ''religião'' um tanto confusa, o ''pobre rapaz excluído'' inventava personagens, e com eles histórias, tão assombradas quanto sua mente.
     Onde entram os alunos do ano letivo de 2011, na Escola Municipal Tasso da Silveira? O que essas inocentes almas tinham a ver com o desequilíbrio mental do assassino ? E a família desses jovens ?
     ''A pessoa que fez isso já está morta!" Plavras ditas por um policial militar que, com dificuldade, domava a população do lado de fora, sedentas por justiça.
     Cuidado. Esse foi só o começo. Agora, todos os ameaçados quando criança e prisioneiros do fantasma do passado se libertarão. Para eles, a atitude doentia de Wellington foi ''bacana''. Ele sim é um espírito de luz que lutou pelos ridicularizados ainda em vida. Até quando ?


Janice comenta: "Excelente, Milena! A reiteração da frase 'Até quando ? ' garantiu o ritmo do texto, conduziu a coesão e, junto aos demais enunciados curtos, econômicos, emprestou poeticidade ao texto!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário